Boi fujão.

Sobre o cavalo e a sela
Girando forte o braço,
Um aboio e um laço.
A fera de cascos riscava o chão
Se me descuido, aquele boi fujão,
Seria o meu fracasso.
 
 
Se me dou por vencido
Dos seus chifres não escapo
Sempre fui meio valentão,
Mas naquela ocasião,
Saia-me pela boca, o coração,
Como a garganta de um sapo.
 
Que perdoem a selvageria
As ganhas que eu teria,
Desatando as três marias,
E o rolar de cambalhotas.
Pucha! Se não trago as minhas botas
Machucava meus pés naquele dia.
 
Eu - Um astuto boiadeiro
Que vivia o gado aboiando
Nas veredas desnorteado.
Eu estava em desvantagem
Porque aquele boi selvagem
Avistou-me primeiro.
 
Quase me tira o chão
E me pisa nas costelas,
Acabei fazendo caretas,
Dando um nó na garganta,
Pois eu fazia uma obra santa,
Só cumprir minha obrigação.
 
Lacei o boi pela sua mão
E meu cavalo a relinchar
Cuidava para ele não levantar.
Depois de bem amarrado
Com destreza e cuidado
Levei o boi até o patrão.