Mártires (Parte 1 – Caindo profundamente dentro da escuridão)

Há momentos na vida


Que se espera a chuva cair
Pra esconder o som das lágrimas
Para que o mundo não veja sua tristeza

 
Sonhos que vem e vão
Tão rápidos quanto um flash de memória
Com o tempo alguns se tornarão tão pequenos
Quanto um grão de areia
Pequenos demais na imensidão do oceano
 
Entorpecendo-se de ilusões
Deixando os sentidos se esvaírem
Como sangue em um pulso cortado
 
O caminho para casa
Os olhos não enxergam mais
Ficou para trás
No coração da tempestade
 
Sem abrigo
Sozinho em um deserto devastado pela dor
Procurando por salvação
Mas a esperança há muito tempo foi embora
Deixou a alma quando a fé no amor morreu

 
Sem opções para o espírito já retalhado
Sozinho
Ouvindo apenas o som das lágrimas
Uma após a outra
Caindo profundamente dentro da escuridão
 
Entorpecendo-se de ilusões corrompidas
Do coração e da mente
Sobraram apenas os restos ao chão
Migalhas do que antes era um todo
 
É o amor quem faz sangrar assim
Ou são os erros cometidos
Paradoxos da vida
 
Preso em um labirinto de dor
Criado pelos seus próprios medos
Cego pelas luxúrias da vida
Sem poder encontrar uma saída
Das trevas que tudo se tornou
 
Tornou-se tão íntimo do sofrimento
Tudo o que pode ouvir agora
São suas lágrimas de sangue
Uma após a outra
Caindo profundamente dentro da escuridão