Pálido

Padeço de uma mente oca,
De pensamentos controversos,
De um coração confuso.
As veias vazias, o sangue parvo e vago,
Os toques frustrados.
Engasgo de uma idéia reprimida,
De uma saudade invencível,
De uma cadeia de tons pálidos.
Aconchego-me, de um desejo esquisito,
E meus olhos se atrapalham,
Não sabem bem o que atrair.
Sofro, de uma solidão incurável.
Alegro-me, com amigos que me tiram da rotina.
Escondo-me, aqui neste quarto amadeirado, das visitas,
E uma delas é tão bonita.
Todos eles cantam, a poucos metros de mim,
Mas uma parede intransponível divide-nos.
A animação da casa é comprada,
Estranhamente verdadeira,
E curiosamente falsa.