Anda só por vielas lamacentas entorpecido solitário nos becos sujos carcomidos de podridão.
Emaranhado no labirinto da desilusão.
Anda a esmo cheirando a vinho, cola perdição preso na armadilha da lassidão.
Tudo em vão, sempre só na multidão preso na melancolia na vida oprimida e vazia.
Para de repente o que vê? um espelho com moldura trincada, vê o abismo embriagador.
O corpo massacrado pela miséria, um rosto estranho de um fora da lei
a verdade é revelada não há onde se esconder.
O perigo ronda cada vão, o medo e a tristeza lhe tritura o coração.
Numa última bravata num lampejo de coragem foge por um facho de luz,
pelo céu entreaberto, pousa nos sonhos dos eternos.
E o labirinto vai diluindo-se até tornar-se transparente, ameno suave
sem dor sem sofrimento...
Cristiane Coradi.