Escuridão. No seio da terra, nas pedregosas entranhas
Estou preso, esgueirando-me, arrastando-me como verme.
Os grãos caem no corpo e endurecem a alma inerme
E me sinto parte do sísmico em sensações estranhas.
Percebes? Na superfície tinhas tudo o que eu podia dar.
Vês? Eras minha realidade com um teor de fantasia.
Agora, abaixo de tudo, no claustro da gruta sombria
Aos meus sentimentos eu devo sem pudor soterrar!
E o esfaimado elemento, a compacta e firme terra
Declara a tudo o que eu tinha, para findar, a guerra
Para mesclar, como um mísero pó, o que julguei infinito...
E me mantendo, sempre e sempre na caverna de seus zelos,
Devora-me lentamente e o que eu tinha, restando pesadelos
Petrificados em suas partículas de rígido granito.