Descobrir que dando sinceridade
Ganhei a falsidade
que respeitar
na verdade
é não se realizar,
que amar o próximo
é odiar a si próprio.
Descobrir que ideais
só são ideais,
que verdades
se confundem com mentiras,
que amizades
são nutridas por interesses
e que bondade
é ter como lucro a infelicidade.
Descobri que todo ser humano é mortal.
Até eu mesmo sigo ao lamentável destino letal.
Que cultura é TV
e que dinheiro é ser.
Descobri que princípios não servem de nada,
na verdade, são coisas ultrapassadas.
Que respeitar o limite do outro
é não ter liberdade nenhuma,
que tanto a felicidade quanto a tristezas são passageiras
e que todos os sentimentos estão baseados em besteiras.
Coisas fúteis de se sentir
tanto faz falar ou omitir.
Descobri que a vergonha pertence ao fracassado,
que a indignação é dos injustiçados
e que a justiça não existe.
Pobre dos que ainda nisso insiste!
Descobri, ainda, que
o único que é justo é o tempo
que rugi mais rápido que o vento,
que é igual pra todos
tantos faz ser ovelha ou lobo.
E por fim que o certo e o errado
estão encurralados
na mente considerada humana
que os define conforme lhe convém
a lei dos “quem pode, manda!”
e dos “quem tem juízo”... não tem!
Descobri que a vida é um presente para todo ser,
mas que é necessário, viver, saber.
(ASM)
16/7/2012