Dois mundos

No outro mundo de lá
Um lado naufraga o caminho nos desenganos
Esforça-se pra aprontar os poemas, os sonhos.

Um desejo farto...
No entanto, sem os aplausos
De Deus, sequer, dos anjos.

Já o arco-íris se deixa fotografar
Crianças soltas vivem a brincar
No outro lado de cá.

Os pássaros em liberdade
Meu corpo em liberdade
Todavia, minha outra metade
Atada a sua falta; avolumado nó

Que prende minha alheia vontade
Repleta de saudade
Que sinto dos dois lados
Unidos num só
Mundo de púrpuro amor.