UM CANCIONEIRO NÃO MORRE

Pobre do poeta quando perde o fio da meada
É a brisa fresca que não ameniza mais o calor...
É o frio cortante de uma madrugada...
É aquela abelha que não poliniza mais a flor...
 
É aquela criatura que se sente abandonado,
Sem céu, sem chão, sem inspiração, opaco.
Sente-se perdido e pela vida condenado
E daquilo que já foi, hoje é apenas um caco!
 
Não canta mais belas canções
É uma ave canora que emudeceu.
Já não extravasa mais emoções,
Será que o poeta feneceu?
 
Não! Um cancioneiro não morre,
Ele viverá na canção que cantou,
E se lágrima de nossos olhos corre
É fruto da emoção que nos restou.
 
“Vai-se o homem e fica a fama!”
Emudece a voz do Poeta,
Mas permanece viva a sua chama!