O nome

Às vezes o coração pulsa

Querendo bradar

O nome daquele que não te escuta

E que você insiste em amar

 

A sensação é a de esta numa festa

Muita gente dançando e batendo testa

Num lugar apertado

Um ambiente tosco e embaçado

 

E naquele tuntis-tuntis você o enxerga

Um pouco distante numa conversa

É aquela pessoa que te faz cantar

Que te envolve a ponto de amar

 

Então, impensavelmente você grita o nome

Daquele que acredita ser o seu homem

E simultaneamente tenta atravessar

A multidão que o impede de te escutar

 

Você age pela certeza que te faz viver

O pulsar intenso que move teu ser

E mais uma vez grita fortemente

E ele conversa e rir distantemente

 

Você crer que ele vai te escutar

E continua corajosamente a multidão empurrar

Bradando pelo nome que acredita ser

O nome do homem com quem quer viver

 

Então ele olha sorrindo na sua direção

Você esperançosa acena com a mão

Ele desvia o olhar porque não percebe

Que você insistentemente o intercede

 

E quase tão perto para dizer

Ele se levanta e se despede

Pega um copo da bandeja e bebe

Você o grita e ele não discerne

 

Ele se distancia daquele salão

Deixando-te com a mão no coração

Inconfortavelmente você o deixa ir

Senta num sofá da sala

E se isola de tudo da casa

Pensa no que poderia dar errado

Se ele tivesse te escutado

 

E de repente uma voz brada

É a voz daquele que você gritava

Você alegremente se levanta

Afirmando – ele me ama!

 

Contudo ele procurava por outra pessoa

Tropeça em você e se desculpa

Mesmo sendo nobre ele te magoa

Você não o culpa e o perdoa

- Bem, não havia nada a fazer

Se não o atender

 

Ele novamente se afasta

E agora nos braços da sua amada

Enquanto seu coração se despedaça

Ao contemplar a cena malvada

 

E o que lhe resta?

-Bem, daquele dia da festa?

Apenas o tuntis-tuntis

E a visão embaçada de batidas de testa.

Deixá-lo ir ao som do tuntis tuntis da festa

 

ASM