Para que me serve as pessoas
se elas estão aqui, mas
não as sinto?
Para que me serve o ser
humano se não encontro?
A solidariedade, a beleza
do ser que procuro e não
acho.
Para que me serve tanta gente
se tudo que peço é um momento
de carinho, e eu aqui preso
feito um pássaro na gaiola
da obscuridade do desprezo.
Perco-me nesse desvão da escuridão
da pouca importância do meu ser
que não tem dinheiro e nem poder
Vivo no desalento da mesmice
dos meus dias e tudo é uma
fantasia.
O sol nasce, brilha como ele só,
tão glamoroso, tão harmonioso,
mas eu aqui no recôndito sombrio
onde tudo é um desvário dentro
do meu ser e tudo parece apodrecer.