Frívolo.

 Eu quero futilidade

A simples realidade
O que de fácil, se entende
E o sabe apenas quem sente
 
Cansei da profundidade
Dessa imensa verdade
Duma cansativa repetição
Das  perguntas  sem solução
 
Perdi a vergonha
Busquei-te em teu leito
Mas como quem sonha
Despertei  noutro pleito
 
Distante, em fulgor me apavorei
Presto, pude ver aquela sombra
Ignorância, imaginei
Mas era doce em minha lembrança
 
Ó doce dessaber, que aos inocentes mata
Teu  cântico, a saber, é a tua desgraça
Ó conhecimento, que corrompe
Ao homem desaba, desfigurada fronte
 
E em meio a tantas falácias
Sobrevive crendo, plácida,
Que a sabedoria é melhor
E a doce tolice pior.
 
Deveras, em ambos não há
Dois ideais, escambos para trocar
Farpas e armamentos
Força e fraqueza se riem do seu fomento
 
Não há verdade
A mentira é mais uma farsa
E dentro da futilidade
Nunca da o ar da graça.
 
Onde o engodo tem validade
Tudo se vê e tudo se passa....