Querida Poetisa.
Transformar um tema tão denso e obscuro em um poema tão “bonitinho” e quase inocente é reinventar a poesia.
Aplaudo de pé.
Comento:
Embora os ideais Marxistas/Leninistas professados pelos revolucionários fossem tão ou mais perigosos que a perversa ditadura militar, temos que reverenciar a coragem apaixonada de brasileiros que hipotecaram a própria vida na luta pela liberdade e na defesa daquilo que eles julgavam ser o melhor para o país.
Todo regime absolutista é desumano.
Na Argentina e no Chile a ditadura foi ainda mais cruel e violenta;
Na URSS, em Cuba e na China, tão pouco existia a liberdade de falar, ser ou existir. Mesmo o simples ato de sobreviver aos abusos do Estado já era tarefa laboriosa e por vezes impossível.
Na Nicarágua por exemplo, é difícil precisar qual movimento era mais danoso: Os sandinistas ou os contra-revolucionários.
Qualquer totalitarismo é por excelência equivocado, arbitrário e cruel. Sendo essa a principal característica de qualquer regime que se imponha ou mantenha pela força, seja ele de direita ou de esquerda.
Foi porém, o enfrentamento entre as duas ideologias extremas, patrocinado pela luta armada (com o custo de tantas vidas) e endoçado pelos artistas e intelectuais que proporcionou o engajamento da população do nosso jovem país, ao ponto de desencadear o início do diálogo que culminou por encontrar entre as duas vertentes, o caminho que nos trouxe à democracia moderada que hoje experimentamos.
Textos como o teu são de grande importância para manter viva na memória dos brasileiros, principalmente os mais jovens que não viveram a revolução/golpe militar, a vergonhosa, porém necessária lembrança daqueles anos de escuridão. Pois uma nação que não se lembra do passado, corre o risco de repetir os mesmo erros no futuro.
Parabéns pelo belo texto.