FUNDO DO POÇO

Quem disse que o poço tinha fundo?
E se pudesse mais fundo mergulhar!
Muito mais do que se pode imaginar,
E no poço afogasse o nosso mundo...

De sonhos de igualdade e esperança!
Nenhum, nenhum sonho sobrenadou,
E no esforço de subir mais afundou!
Restando dos sonhos as lembranças...

Pegamos fôlego, remergulhamos no breu;
Novamente tateamos a água silente e gelada,
Em busca de ressuscitar algo que se perdeu.

Lutando contra os pulmões e a consciência,
Chegamos a tocar em algo! Mas é luta dada,
Na superfície vemos que é lôdo. Paciência!