TROVAS – (dezesseis) - 16-04-2012

TROVAS – (dezesseis) - 16-04-2012
 
Há momentos nesta vida
Que nem os vemos passar
Alguns, são uma ferida
Outros, não queremos lembrar
 
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A dor que punge sem dó
É o sofrimento moral
O ser humano vira pó
Nessa amargura abissal
 
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Sonhador, que sonhas tu
Devaneios, fantasias
São obra de belzebu
Ergue-te das atonias
 
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O amor é consequência
Duma atração natural
Onde se perde a vivência
Mas ganha-se, o censual
 
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O pobre, senta na mesa
Come tudo com prazer
O rico, na delicadeza
Não come, pra emagrecer
 
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Diz a cachaça, ao cachaceiro
Toma um gole, só pra provar
Depois desse... um copo inteiro
E, a garrafa... pra acabar.
 
Se o cigarro é um vício
Tão difícil de largar
Para quê, o desperdício
De um dia experimentar
 
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Se a justiça fosse certa
Não estava d’olhos vendados
Andaria descoberta
Sem pareceres aviltados
 
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Uma política sem ética
É uma nação sem esteio
É como ginasta atlética
Que do pulo tem receio
 
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Não há mentira na vida
Que não se descubra um dia
Nem há verdade escondida
No seio da axiologia
 
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Pode parecer ironia
Chamar o amor de ilusão
Eu não faço apologia
Às coisas do coração
 
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Sinto muito não ter nada
Dentro do meu coração
Tua efígie foi alijada
Após a tua traição
 
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Ao sentimento de amor
Que havia em meu coração
Tu, não lhe deste valor
Agora, pedes perdão!
 
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Só eu e tu conhecia
Nosso ninho de amor
Até que um certo dia
Eu vi nele, um predador
 
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São tão grandes as lembranças
Quão velhas são as saudades
Aquelas derramam esperanças,
Estas, derretem vontades
 
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Ainda que fosse culpado
De dar fim ao nosso amor
Eu não posso ser julgado
De ti, partiu o pior
 
São Paulo, 16-04-2012
 
Armando A. C. Garcia
 
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