A BÍBLIA É SAGRADA?
Recebo mensagens de pessoas citando que “tal escrito” não tem passagem na Bíblia “sagrada”, e, portanto infundado, então, também tenho o direito de dizer o que eu acho com referência a este livro.
Por que escutamos todo dia e não nos questionamos sobre este termo “sagrado” tão repetido com referência a ela?
O fato de algo ser muito repetido não o torna automaticamente naquilo que gostaríamos que ele o fosse, principalmente para os outros, pois vejamos:
Algo sagrado é algo que guardamos como o maior carinho no fundo da nossa alma e não vamos procurar expô-lo e nem permitir que pessoas com mãos sujas a toquem.
E o que vemos que mais acontece?
Escândalos em cima de escândalos envolvendo missionários, bispos ou como quer que queiram ser chamados muitos que dela fazem uso e tiram dela o seu sustento, tendo até alguns, descaradamente, se autodenominando “apóstolos”.
Todos se autodenominam “assim e assado”, não é a comunidade que os consagra.
São tantos escândalos que nem cabe enumerar nenhum.
Quem está fora do raio de influência destes senhores só os vê como manipuladores da mente humana, que justamente por deixarem-se manipular por tão grosseiros religiosos, não merecem nada melhor.
Como diz a própria Bíblia: “Os mortos enterrarão os seus mortos”.
A grande pergunta é porque que os seguidores sérios da bíblia nunca vêm a público defendê-la de tão mau uso?
Existem religiões evangélicas sérias, mas só na cidade de São Paulo são mais de mil e trezentas agremiações que se baseiam nela.
É o negócio mais fácil de ser aberto hoje em dia, muito mais fácil do que uma ONG. Basta uma bíblia, um pouco de oratória e uma sala, pronto está aberta mais uma seita evangélica, pois o uso é aberto e escancarado, sem nenhuma barreira para criações de agremiações e sem necessidade de nenhum “atestado de bons antecedentes”, lembram deste?
È um absurdo.
Qualquer um de uma hora para outra se sente “iluminado” e já vai lá fazer a sua igrejinha e viver à custa dela é claro, ou melhor, do que arrecada das suas “ovelhas”, que muitas vezes são milionários, como o jogador de futebol ‘classe média alta’ “esclarecida" (?), mas que veio em público defender o que não tinha como “ser defendido”, os bispos da sua até então perfeita seita evangélica.
“Fechou” com eles na hora do escândalo, mas nunca veio depois em público dizer que errou endossando quem estava cometendo crimes.
O "cara começa a ficar bom" e já se desliga da que ele era originário e já monta uma igreja própria e daí já são candidatos a cargos públicos, já arrumam novas meias e cuecas e ninguém vem a público dizer que estes senhores são “personas “non gratas” entre os leitores sérios.
As igrejas pipocam como pipocam as ONGs más intencionadas por ai, para dar cobertura à lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
E para quem não sabe: Igreja não paga imposto.
E as desonestas, não são só pequeninas, se tornam portentosas também, como sabemos.
Mas de qualquer forma deveria partir das entidades ditas sérias, as seculares fundamentadas na bíblia, um movimento procurando coibir tanta bandalheira que se esconde por trás do termo “Bíblia sagrada.”
Algo sagrado tem que ser preservado, protegido, mas isto não é o que vemos sendo feito para este livro que é uma compilação de textos antigos, escritos por mãos humanas e que ao longo de milênios passou por centenas, senão milhares, de alterações, exclusões, inclusões.
Hoje, podemos dizer, é uma colcha de retalhos, com valores, mas também com muitas distorções e confusões, portanto, daí a ser tida como “sagrada” é um caso a ser reconsiderado.
Jesus não deixou nada escrito, pois foi assassinado com trinta e três anos pelos religiosos da época, que ironicamente também viviam das suas religiões.
E ele mesmo dizia que “nem os seus próprios apóstolos o entendiam”, então o que dirá dos que foram traduzindo e revisando estes escritos depois, como nos diz a escritora Roselis Von Sass no seu livro “O Livro do Juízo final” ( www.graal.org.br)
‘No decorrer dos séculos depois da morte de Cristo, muitos dos velhos manuscritos do volumoso material foram colocados de lado por “não favorecerem a fé”’.
Então se considerarmos isto, que Jesus dizia “que nem eles o entendiam”, isto enquanto ele estava vivo, que dirá então depois que ele não mais estava ali para tentar esclarecê-los.
Se é “sagrada” nada dela deveria ter sido extraído, como foram os textos chamados de “apócrifos’ e os “pseudepígrafes” do novo e velho testamento.
A bíblia usada por todos, evangélicos ou não, teve origem na compilação feita dentro dos monastérios da igreja católica, tirados de textos antigos, e, portanto, considerando-se o que a igreja fez na idade média, mandando dezenas, se não centenas de milhares para as fogueiras, o que dirá que não fez com textos que contrariavam os seus interesses.
A primeira impressão da bíblia só ocorreu no século XIII, nos diz a escritora e ratifica:
“Apenas poucos, entre o clero, estavam em condições de obter as dispendiosas Bíblias escritas à mão. Sua divulgação começou somente quando se inventou a arte de impressão de livros. ”
E isto se deu só há dois ou três séculos então imagine o que não foi perdido, adulterado ou entendido errado e passado à frente assim mesmo.
Tem fatos que é fácil de contrapor, como foi o caso de Noé.
Não houve dilúvio mundial, isto é impossível, ocorreu um dilúvio naquela parte onde este morava e ainda, onde até então se achava que o “mundo ia, ou seja, até as divisas até então conhecidas”, nada de “além mar”.
Só lá entre os anos mil e quatrocentos e mil e quinhentos é que foi sendo descoberto o “mundo novo” e também que o mundo “era redondo”.
Outro exemplo, os apóstolos de Jesus, na maioria, não sabia ler nem escrever, então quem foi que escreveu por eles? Será que este escreveu certo?
Será que não entendeu errado, aquilo que já errado escutou?
Quem a tem como fundamento que a chame de Bíblia “sagrada”, mas, pelo menos, procure defendê-la de tanto mau uso e picaretagem.