Sentinelas noturnas.

A noite vestiu-se de negro,
lá fora no silencio a lua sai para namorar.
Uma força inóspita quebra o silencio;
é a saudade que ruge como as ondas
abraçando as pedras que se rendem ao furor do mar.
A luz afaga as manhãs e o vento sopra mansinho,
nas asas do tempo eu vôo solto, solto como um passarinho,
em busca de um ninho para me aconchegar.
Meu destino é velado assim como é o da lua
que toda a noite sai, mas não arranja namorado.
Somos duas sentinelas noturnas desejando um abraço,
um afago ou um verso mesmo que não seja rimado.