OBLÍQUAS OBLITERAÇÕES

Existir   é   o   resultante    de  uma   consciência   

na   plenitude,    confessando   que    vive   e   viveu.

Na  intenção    de   existir,   apesar   das   contestações:

as  vezes   justas,   outras   ranzinzices,

vindas   da   obscura   inconsistência  do   estado   d'alma.

Onde   semeia     lacunas   e   vãos,    nisto   que   é   ou   seria  

e   talvez   pudesse   ter  sido,  mas   que   não    fomos;

seguindo   no  destempero   da   captada   fermentação.    

Daquelas   palavras   que  ficaram   escondidas   e 

não   significaram,   mas   que   iam   significar.

Coisas   que   omitimos,

da  impressão  algo   perdida.

E    ter   que  ter   a  coragem   de  absorver

e  aceitar,    sem   saber   da  volta,   de   coisas   nossas,

desse  sangue  que   se   media   incontrolável,

da  quase  cega  angulação  que   nos   é    inimiga

ou    parte  de  um  jogo   no   qual   já  perdemos.

Nesse    rescaldo    em   segredo,  do  engano   inicial.

Daquilo  que  pergunta   sem  que  se possa  responder,

do  denso   que  não  podíamos  atinar

e  de  repente  esse   gestual,

da   mão   suspensa   no  aceno    de   um    adeus,

daqueles   olhos  que  vê,  mas  não  acredita,

dessa   garganta   que   engole  em    seco.

Do  inútil   eco   da  batida    descompassada   no  peito,

duma   precisa    dinâmica;   acelerando  pra  um  inverso  final.

Ah !  Agora  .  .  .  até   pra   quem   se  recusa   a   findar !