Sempre entre nós esse imenso e profundo oceano,
das vagas cinzento azuladas. De ondas altas partindo- se.
Batendo rebeldes contra meu ânimo. Flagrado que foi
instável, rumando ao encontro de náufragos abismos.
Sempre entre nós, essa mesma superfície desamparada
Essa rota enviesada, de navegação errante e cega. Clamor
aos uivos do vento e do tempo, sádicos devoradores, dos
ritos do sonho e de uma qualquer, nem que despetalada . . .
[ sorte.
Sempre entre nós esse silêncio ante as tempestades,
do amanhã inconseqüente e das horas sem lucidez.
Dos anseios em labirinto, abortados, sem sombra de um
mínimo afeto. Perdição no meio do sargaço, escolhos
sem escolhas e sujos escombros.
Sempre entre nós, essa desorientação de céu escuro,
do difícil achar, no tardio socorro ao perdido.
No meio da noite imóvel, no denso sufoco de ir afogando-se.
Dando na praia, sem cara. Flutuando até ao inevitável . . .
[ dos nossos corpos enrijecidos