O preto das nuvens
Molha a cidade
Seca de tanto existir
As aves voam
Sem asas
E a flor nasce sem terra
Os amigos existem
Sem que a amizade exista
O homem bebe sem existir o álcool
A felicidade reina
No mundo sombrio e frio
As palavras dançam num lugar de estátuas
Tudo roda parado
E gira cansado
Nada vive morto
O menino pula
Sem ter pernas
Sem ter o porquê de pular
A música toca sem som
Toca sem ouvir
Ouve sem tocar