Escrevi teu nome em minha língua,
Minha saliva quente
Lambe, lambe,
Todas as tuas letras.
Quando tenho raiva, mordo, esmago,
Trituro você todinha e engulo calado.
Às vezes te desejo tanto
Que minha boca cheia d’água
Te afoga num beijo quente.
Fazer amor com um nome escrito na língua,
É deveras difícil,
Só mesmo o poeta
Que faz amor até com um olhar.
Tudo bem,
Seria bem melhor penetrar teu corpo,
Misturar nossos líquidos,
Mas diante da impossibilidade,
Faço aqui e agora
Com o que me está mais à mão,
Da caneta ,o meu falo,
Do papel, meu colchão,
Do tesão, minha poesia
E gozo azulzinho.