Eu que pensava


Eu prometi que não mais amaria.
Por fim acabei amando.
Pensei que não mais sofreria.
E por fim acabei sofrendo.
 
Nem sei quem me disse que eu era imortal.
Mas mostrar-te eis minhas feridas.
Observem-nas elas não fecham.
Eis a prova de que sou apenas mais um.
 
Onde deixei minha razão?
Acho que o amor a consumiu.
Nem sei dizer mais o que é certo ou errado.
Nem sei dizer mais quem sou.
 
Nada do que eu falo tem sentido.
E me chamavam de filosofo.
Respondi: “Eu pensando na vida?”.
É verdade sou fascinado pela morte.
 
Nem para me sentir forte.
Nem para dizer que sei pensar.
Ou amar, se é que não amei.
Amei e nem sei mais se vou amar.
 
Daqui plantei a duvida!
Quem irá cultivá-la?
Será que eu mesmo devo regala?
Melhor não. Deixarei que o tempo a floresça.
 
E pensar que eu amaria.
Que amaria como um imortal.
Que não sofreria como qualquer.
Como um qualquer humano.
 
Eu que pensava que se dava para amar.
Eu que pensava que não se dava para sofrer.
Eu que pensava que não se dava para sofrer e amar.
Eu que pensava, eu que pensava.
 
Sofro e ainda amo você!