Desesperado.


A loucura,
Espelhada em teu retrato,
Mostra a verdade, nua e crua,
Duma alma em desacato,
Irresponsável no que faz
E no que diz,
Fazendo-me lembrar o Poder do meu país,
Que, com seus loucos atos,
Com sua insanidade mental,
Abriu colossais buracos
Na alma de Portugal!

Entrementes
Com a saúde que nos dão
Vamos ficar como tu;
Loucos e sem dentes,
Para arreganhar
A quem está a governar.

Olho para ti,
Para o quadro do teu retrato;
Um velho louco
E pergunto-me se não terás um neto,
Uma criança,
Para nele vermos a esperança
De sairmos deste desacato,
Que é real em Portugal,
Não em abstrato!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar