Às Moscas

 

Sobre a minha carne em putrefação
Os decompositores tripudiam...
Ó, emissários da renovação,
Rearranjem o que já não servia!

Tragam o milagre do recomeço
Nesta química de desmembramento,
De continuidade do processo:
Me multipliquem em mil elementos!

Celebrem minha perpetuação
No outro extremo da fecundação;
Na reciclagem natural!
Que venha o novo tomar seu lugar!

(Pois só é possível recomeçar
Depois de chegar ao final...)