Assim mesmo...

Hoje estou (parco) de inspiração e isento
de sentimentos; minha alma refleti
apenas o côncavo, o convexo me
foi usurpado pela desilusão. Busco
soluções e respostas porem, vejo
tudo reduzido a perguntas, só
perguntas. Minhas rimas não
combinam, meus versos são
avessos, me sinto regresso,
protestado e sem definição.
De corpo e alma sem disciplina
me polpo da voz da consciência
que recria no silencio uma atmosfera
do caos. Nada posso diante do que estou...
e na antítese do que penso a esperança
é um desengano e a dor um alivio. “Diante
do espelho faço pose, diante dos homens
me apequeno”. Estou uma síndrome uma
conjectura uma figura sem reflexo, um
invólucro dourado, uma embalagem
colorida que abriga um perfume falsificado.
 
Hoje estou assim... Assim mesmo,
pasmem, mas é assim mesmo, carne e alma doloridos.