Odiu Urguli

Íris arde,
Pupila flameja profundamente,
O coração dispara,
Peito inflama ao ar,
Ódio ao céu da boca.
 
Todo esse orgulho
Reprime a razão,
O Dragão desperta da cova.
Em toda sua luz dourada
Sua intenção é arruinar.
 
Não dá para controlar,
Não dá para reprimir seu poder,
Desbaratar sua glória.
Tudo o pertence
Santo sacrifício.
 
Odiu, não acenda para a matança
Mantém- ti calado.
Deixa me viver por completo
Não preciso de ti,
Em mim estás selado.
 
Urguli, não é mais claro que a luz.
Teu brilho não me tira da escuridão.
Volte às trevas
Pois meu choro jaz em pó.
Liberte-me desse nó.
 
Do Vale dos Erros
Um acerto,
Do Rio dos Corretos
Não há bússola para guiar-me,
À praia o Labirinto Caméléon.
 
Dos fantasmas
Um frio espinhal,
Dos ciclopes de lince
Terror mórbido
E de todas as coisas Odiu Urguli é o mais forte.
 
Ódio, Orgulho, são manifestados.
E não se pode apagar toda essa magoa,
Toda essa melancolia
Que a cada dia
Afasta-me cada vez mais da realidade
Porque não posso arrancar o selo desse Dragão Dourado amaldiçoado.