Maior talento eu vejo em quem com fé
Consegue superar suas barreiras,
E nisto mesmo quando em cordilheiras
Permite-se deveras ser quem é.
Palavras; leva o vento, o que resta,
Depois de tantos medos e vitórias
Moldando a vária tela das histórias
A face se mostrando além da fresta.
Tu és o meu exemplo; em ti vejo,
Em minhas tempestades, o farol,
Meu verso aproveitando o belo ensejo
De poder caminhar bem junto ao sol.
Permite que deveras alto eu brade
Em toda plenitude esta amizade!
MARCOS LOURES
O meu querer é simples, meu amigo:
Mandar tua tristeza ir embora
E ver-te derramando aí a fora
Os versos que pra muitos é abrigo!
É grande a missão que tens contigo
E o mal que te persegue já implora
Pra ir embora, pois que já aflora
Tua força renovada. Que perigo!
O mal tem suas hostes dedicadas
A não querer te ver nos abrigar
Com esse teu brilhante versejar.
Palavras vento levam? Não. Coitadas!
Tu tornas todas elas delicadas
E o planar delas vem nos encantar!
RONALDO RHUSSO
Brindamos com mil versos à esperança,
A nossa companheira e a fornalha
Que gera a fantasia e assim se espalha
Aonde a poesia, em luz, avança.
Nossa alma, tantas vezes de criança,
Vencendo sem temor qualquer batalha
Tecendo com ternura a cordoalha
Que ao infinito tempo além se lança.
Vibramos consonantes harmonias
Poemas que criamos- tu sabias-
Alentam nossos tantos sofrimentos,
Jamais nos perderemos no caminho,
Num mundo muitas vezes mais mesquinho
Cantemos com louvor aos quatro ventos.
MARCOS LOURES
Oh! Sim. Cantar pra mim é sorver vida!
Um bom louvor anima a minha alma
E logo de manhã, antes da lida
Louvar a D’us espanta todo o trauma!
Irmão, a poesia é-nos guarida
E sinto que essa moça nos acalma.
Eu sei que ela é quem a nós convida
A transformar o mundo e isso encalma!
Os quatro ventos são bons aliados
Porque propagam o cantar perfeito
Que sai do teu e também do meu peito!
A vida eu sei nos deixou machucados,
Mas também nos cedeu uns bons bocados
E a esses é que eu canto em tom perfeito!
RONALDO RHUSSO
Se apesar dos pesares sou feliz
Eu devo à poesia este aconchego
Ensina com certeza o desapego
Criando este cenário que ora eu quis.
E mesmo quando a noite é mais nublosa
Os sonhos esvaídos nas sarjetas,
Os brilhos de diversos, zis cometas,
Cevando nos astrais a nebulosa
Que possa nos trazer a plena luz,
Qual fosse uma explosão de tantos sóis
E quando em consonância tu constróis
Encanto noutro encanto se produz,
E mesmo quando a vida nos maltrata
A poesia surge na hora exata!
MARCOS LOURES
É fato, meu amigo! Tens razão!
A poesia clama e obedecemos
Porque direito, esse, nós não temos
De dizer não à doce inspiração!
O recriar o que quebrou-se ao chão
É algo em que com brio nos envolvemos
Porque em nosso íntimo sabemos
Que ser poeta é ir na contramão.
Mas veja como isso é engraçado!
A nossa verve nem é compreendida,
Mas inda assim renova a frágil vida
Que muitos fruem sem olhar pro lado
E ver que a poesia é o legado
Que espalhamos e sem remorso ou brida!
RONALDO RHUSSO