A GARÇA

 
 
 
A Garça
                                                              
Simples e majestosa,
Forte, frágil e elegante.
Faz dela pureza,
Inocência tão flagrante.
 
 
Na alvorada, silenciosa,
Confiante encorajada.
No recurso de seu vôo,
Levanta em revoada.
 
 
De plumagem tão alva,
Lá vai ela, vigorosa,
Visão forte, bonita ao longe,
Espécie, mesmo, corajosa.
 
 
Sem medo de predadores,
Vai ela, volumosa.
Rainha das águas,
Soberana e vigorosa.
 
 
Sempre perto da água,
O habitat denuncia.
Peixe em abundância,
Sua fome sacia.
 
 
 
Vôo cadenciado e lento,
Ao alto da árvore, aberto.
Mirando, porque logo ali,
Repouso, com o bando, é certo.
 
 
 
 
 
 
 
 
Inverno, tempo de acasalamento.
Vôo cessa, com o fim da tarde.
Festa, quando a fêmea chega,
O macho, com carinho, a arde.
 
 
Sua alvura-sacra, tão branca
Que chega, ao sol, refletir.
É de uma tecedura tão sedosa,
Que a lama, incapaz de cingir.
 
 
Limpa e branca.
Mesmo, quando, o sapo, caça.
E o ornitólogo, em vão, tenta,
Entender o que na ciência passa.
 
 
Vistosa, vestida de branco,
Parece noiva, pronta, encantada.
Chama a atenção de todos,
É a rainha da água.
 
 
De disfarce, não precisa,
Do alto de sua beleza.
Até os predadores, se rendem,
Linda! Bênção da Natureza!
 
 
Em sua brancura estelar,
“mistérium salutis”, exaltadas.
Qualidades que devem entronizá-la,
No alto das “aves sagradas”.
 
Poema de
Ademir Paulino de Souza
 
Inverno, sexta-feira,
24-junho-2011