Lança a tua raiva
contra a minha indiferença
e despedaça o teu corpo
contra a minha vaidade,
e uma a uma, apanharei
todas as tuas lágrimas,
e delas farei o meu satélite,
a minha lua,
a minha verdadeira verdade
porque tu, és o meu astro,
o meu sol,
a minha fonte de vida,
e eu, apenas corpo sem rumo,
um meteoro à deriva
Lança a tua raiva
contra a minha insensatez
e um a um, apanharei
todos os teus fragmentos
como se fossem as migalhas
do meu sustento.
E como eu lamento
esta minha indiferença,
quando de ti
apenas recebo amor,
sem um ai, sem um ui,
sem um ai Jesus
que este homem
é a minha cruz
Lança a tua raiva
contra esta minha estupidez,
porque de ti,
sol da minha alma,
fonte da minha vida,
espero o teu perdão
que não mereço
e o teu amor sem amargura,
que não esqueço.
Então…
Se teu perdão eu merecer
Talvez…
o teu coração eu possa ter,
Talvez!