Sigo inútil meu passo e só
como determina a sociedade
Minha carne, meu osso, meu pó
carrego, cabisbaixo, minha maioridade.
Sem status, sigo enfermo
sendo enfermo, jaz um traste !
Minha vida tem um termo
e já se enverga minha haste.
às calmas tardes,no meu costumeiro recreio
sento num banco da praça ;
faço dela meu novo seio
para fugir de nova pirraça.
Mas não demora e vem o tédio
misturado com o cansaço
Desgosto-me, que remédio !
se eu sei que nada faço.
Mesmo tendo plena convicção
da minha excelente atividade mental
nunca me darão lugar ( nem razão)
por meu porte físico um tanto... espectral.
Sou o mais novo sócio; o que faz parte
da discutida classe marginal
" e sem culpa no cartório"; minha sina?
Envelhecer ! desenvolvimento humano natural e ...fatal.
Mas não carece me aborrecer
Melhor esquecer o que espelho.
Vou tentar sobreviver.
Prá que tentar demonstrar o valor que tem um velho?