Milhares de sentimentos...
Inúteis sensações...
Nada corresponde ao que sinto.
Tudo é um pouco de ilusão.
Parto ao infinito das minhas eternas constelações:
Ao sol que me apodrece, rememorando estações –
Parto ao caminho dos meus sonhos.
Nunca descobri o sentido dos sentidos,
Então, nunca adiantou colher flores no meu andar...
Nunca adiantou trazer pedaços de passado para me conduzir,
Pois as estrelas sempre fingiram guiar
E eu sempre fingi sentir!
E menti...
Menti sobre mim... E sobre o mundo!
Pois tudo foi um pouco do que queria ver nesse meu quarto escuro;
Tudo foi um produto de tudo o que não produzi;
De tudo o que não senti e mesmo assim insisti em sentir.
Feri-me!
Queria mais que o espaço...
E mais que o céu...
E mais que as estrelas no céu...
Queria as janelas de todos os segredos;
O caminho de almas viajantes e medos,
Mas nesse meu querer de caminhos, tornei-me distante,
Amante de partidas!
Ainda penso...
Ainda lembro dos juramentos ao céu nublado!
Ainda quero o silêncio dos eternos sons calados!
Sigo minha empreitada...
Viajando sozinho por essa terra parada.
Colecionando estrelas em noites apagadas
E nuas.
Sentimentos não tocam o céu...
Tudo é uma criação!
É o tempo tapando o olho,
Impedindo a visão,
Então tudo o que vivemos é uma distração!
Um golpe de vista...
Uma grande ilusão.