Paradoxos (Soneto)

Teço versos coloridos
Outros em branco e preto.
Olhares deveras perdidos
Na retina nada de concreto.
 
A mão que afaga um rosto
Também feri o rosto alheio.
Tem sonhos que dão gosto
E outros que são tão feios.
 
A vida refestela-se de glorias
Pelas vitórias conquistadas.
A morte tem as suas retóricas
 
Quase sempre bem explicadas.
O ímpio macula a sua história,
Ao justo, honras em sua memória.  


Imagem da tela (paradoxo do tempo)

de Salvador Dalí,