Caminhando, relembro
os meus sonhos esquecidos
da madrugada do sobressalto
Nos braços carrego
um ramo de mimosas
vestidas de amarelo…
a cor do desespero.
Já nao me lembro do rubi
que deu cor à minha ilusão
vestida de cravo
e coloriu a minha esperança
em ton de verde
conspurcada pela rosa…
a cor da traição.
Caminhando, vou armado com um ramo
de mimosas colhidas na primavera.
Nos braços levo a força duma fera
E no peito a raiva acorrentada, prisioneira
num jardim à beira mar enlouquecido
Já não distingo a cor
do meu arco abatido.
Se o negro profundo
Olhado pelos meus olhos
quando vim ao mundo.
Se o vermelho descolorido
Do meu cravo da ilusão.
Se o verde que vestiu
a minha matinal esperança.
Se a rosa que destruiu
a minha épica herança
Se a laranja enamorada
da rosa dos ventos da desgraça
em casamento do engano com a trapaça
colorido pelo amarelo da mimosa…
a cor da miséria e da chalaça.
Já não me recordo da força da minha raça!