Sabia ignorância
Cale-se!
Pare de falar
Não percebe?
Não compreende?
Não sente?
Acaso realmente, vocês não compreendem?
Julgando-se sábios e complexos conhecedores, tornam-se tão sábios
Que modificam a fala a ponto de obscurecer, o vocabulário,
envaidecer a vida
Tornam-se tão sábios que se perdem no mar da linguagem,
no universo do pedantismo
Distanciam-se do coletivo, afogam-se na lama da ilusão do individualismo
Morrem na mais ridícula ilusão:
do pequeno e fraco que confunde
“Super-homem”, com “super-man”
Conhecimento com poder
Natureza com sociedade
Humanidade com homem
E aliena-se a tal ponto, que não se apercebe
da aberração que se tornou, refugiado em um subjetivismo extremo
enterra-se em seu próprio umbigo
Ornamenta sua mediocridade com conceitos,
acha-se acima da média, mas,
mantém-se na média dos reprodutores dos preconceitos
mais enraigados do senso comum,
e da escroque visão de ser e mundo,
Frutos da alienação primaria na produção da sociedade
E assim consente com o mundo dos senhores e escravos,
patrões e empregados, superiores e inferiores
Como escravos seguem vivendo
Vitimas da lógica, que afirma:
Melhor do que forçar é conseguir consentimento
Que determina sua percepção a ponto de que
Em sua miséria acreditam ser abastados
Na escravidão pensão ser livres
Das ações acreditam-se senhores
Quando na realidade são escravos e
Conservadores da estrutura que
Acreditam conhecer
Acaso realmente, vocês não compreendem?
Que em sua mais absoluta ignorância acreditam serem sábios e sabias
Gilson Amaro 18 de setembro de 05