Caminhada

 
O caminho não será longo
se abrirmos as janelas
e observarmos que adiante delas
o solo árido nem sempre é assim,
que ainda há flores pelos jardins.
 
Se saciarmos a sede
na fonte da vida que jorra sem fim
a água que nos faz renascer
ao nos sentirmos morrer...
 
Se dermos sempre uma pausa
driblando o cansaço para prosseguir,
e em cada parada, ver  a paisagem
que enfeita as beiradas
gerando a terceira margem...
 
O caminho não será longo
se em cada escalada de lágrima e dor
plantarmos sementes de frutos do amor,
ainda que regadas de sangue e suor
concretizando nossa essência,
desatando a embalagem e os nós.
 
Se driblarmos o confronto
de um repudiado encontro
onde a vida retrata sem dó
as  vicissitudes
varrendo dos nossos encantos,
o pó.
 
 
         
 
       (Carmen Lúcia)