Sobre as Estrelas II

Não há arvores
Não há flores
Somente o céu estrelado
Ela pode contemplar

Carros passam rápido
A mudar a direção do vento
Ela olha pros faróis sem ver
Nenhum olhar pelos vidros
Seu coração está entregue
À sensação de que o mundo
É vazio, e que ela preenche o resto

Não há arvores
Não há flores
Somente o céu estrelado
Ela pode contemplar

Sonha em contra-mão
Perdida força da ilusão
Seu medo está na condição
De sempre ter a intenção
Se ao menos tudo fosse
Então matéria sua
Propulsão de transformar
Tudo o que não lhe inclua

Como chama em papel
Faria avermelhar o negro
Do vão de seus olhos
Dos seus olhos vãos
E a inquietude a trepidar
No coração, a força de
Subir no alto e ver o chão
Será o preço, princípio?
Ela vê o chão crescer, mas nem assim

Não há arvores
Não há flores
Somente o céu estrelado
Ela pôde contemplar