Do âmago, nasce a minha inspiração
Meus sonhos, se confundem com a realidade
Não sei mais do meu coração
Paixões que pereceram, não vingaram
Amores que vivi e revivi, pura ilusão
Os copos se quebraram
Acostumei-me a sublimar a solidão
Lancei no abismo, o teu desprezo
Encerrada em minha fortaleza
Resisto a toda forma de violência sutil
Meu amor maior é a Divindade, a natureza
Já sofri muito, fujo da forma vil
Mascarados aparentando beleza...
Expressando, sem causa, ciúme...
Estas frivolidades já não me afetam
Estou acima de desdenhos, no lume
Algumas contumélias sugiram,
com indolência
Nossos naipes estão a se afastar
Não conseguem se encaixar
Não tenho mais condições de me aborrecer
Embarco num trem invisível,
com paciência
Vou caminhar sozinha...
viver, envelhecer
Os que se aproximarem,
que saibam me interpretar
O tempo é mestre, faz esquecer
Que não se precipitem em me julgar
Acostumada à frieza de certos momentos
Carrego comigo, um cobertor de luz
Não preciso mais ir tão longe
para ver os plátanos e juntar suas folhas caídas,
está tão perto, o sagrado monge...
As emoções morrem e ressuscitam,
tenho nove vidas,
Meus arranjos são construídos,
com simplicidade
Prefiro uma humilde retirada,
chega de argumentos
Não cultivo luxos e tampouco a maldade
Me reservo, me resguardo, sem lamentos.
“Sapiens autem a nullo contemnitur, magntudinem suam novit”!
“Aliás , a tudo isso que se denomina pequenez de ânimo, melhor seria chamar de enfermidade, porque são coisas que não a vencem, nem sequer logram produzir abalo nela” ( Frase extraída da obra: A constância do Sábio – autor: SÊNECA) .
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