É o verso que vem gemendo
Pelas fendas do universo
Que vem quebrando o silêncio
Nas cicatrizes das horas
É o verso que vem marcando
O tempo na sua pegada
Que vem caminhando livre
Brincando com minha infância
É o verso que vem moldando
A anatomia das nuvens
Que vem desenhando as formas
Da mulher que eu mais amei
É o verso que vem gritando
Seu nascimento de aurora
Que vem rompendo as entranhas
Buscando a sua existência
É o verso que vem erguendo
Sua gótica arquitetura
Que vem atracando as garras
Nas vértebras do meu ser
É o verso que vem tangendo
A sinfonia das águas
Que vem transformando a vida
Alimentando a minh’alma