Flores Murchas


Perdido em si, 

caminhando num sonho

que fez-se em pesadelo.

Fugindo, embebido de ilusões,

correndo por rua interminável,

até encontrar 

flores jogadas no chão.

Flores que recolhe 

como filhas queridas.

E neste instante, 

erguer os olhos

e ver refletida 

a imagem num espelho.

E ao tomar 

noção da própria face,

assustar-se e sentir-se feliz,

numa dualidade de amor e ódio,

num limite entre real e virtual.

Zombando de si, rindo de tudo,

não conseguindo 

conciliar tristeza e alegria.

Vendo-se como suave pomba

a transformar-se 

em ave de rapina,

para depois 

novamente ser pomba....

Modificando-se sem parar,

não tendo respostas,

mas andando 

em meio às dúvidas.

Alucinando com as próprias perguntas,

vivenciando toda a insanidade de si.