As vezes sinto ciúmes
Da fogosa andorinha
Que vive a brincar nos ares
Esnobando liberdade
E eu preso a mãe Gaia
Cuja face meus pés beija
E tal beijo me condena
A essa ingrata realidade
As vezes a inveja aflora
Diante da borboleta
Que mudou o seu destino
Sofrendo a metamorfose
E eu vivendo a mesmice
Prisioneiro da rotina
Embriago-me de tristeza
E peço a vida outra dose
As vezes sou tão pequeno
Na presença da alegria
Que se expressa nessas faces
Das pessoas que eu vejo
E eu sempre infeliz
Apresento-me tão mesquinho
E ver lábios sem sorrisos Traduz todo o meu desejo
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