MEU QUERIDO AMIGO com Marcos Loures
Pudesse ter nas mãos esta certeza
De um dia mais tranquilo, mas a vida
A muito se mostrara consumida
Nas dores mais terríveis, sem surpresa…
Minha alma da ilusão é mera presa,
E quando pouco a pouco dilapida
O quanto restaria desta lida
Nadando contra a forte correnteza.
Cansado de lutar, inutilmente
O todo se afastando e o corpo sente
As marcas de um passado sem ter paz.
Olhando para além já nada vejo,
Sequer a menor sombra de um desejo,
Apenas este mundo vão, mordaz.
Marcos Loures
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Apenas este mundo vão, mordaz?
Não creio que tu penses desta forma,
A vida a cada passo se transforma
Bastando para tal ser mais audaz,
Olhando mansamente para trás
Um sonho pouco s pouco nos informa,
Quem faz desta esperança sua norma
No olhar um brilho intenso sempre traz.
Amar e ser feliz, crer no futuro,
E nisto ao perceber o que procuro
Nos braços de um amigo, sigo em frente
No canto feito em glória num louvor
Aprendo a conceber o bem do amor
Vencendo o sofrimento impertinente.
PB
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Vencendo o sofrimento impertinente,
Apenas impressões de quem sonhando
Não vê o seu castelo desabando
Tampouco um novo dia em paz pressente,
O mundo se mostrando, de repente
A sorte me levando em contrabando,
O todo desenhado desde quando
A luta sem sentido invade e mente.
Restando dentro da alma a solidão
Os dias dolorosos que virão
Apenas representam cada passo
Vagando sem sentido e sem destino,
Aos poucos com temor eu me alucino
Errático cometa, o nada eu traço.
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Errático cometa, o nada eu traço,
Mas sei que logo após terei o brilho
Do amor aonde em paz tento e palmilho,
Embora a vida trague este cansaço.
A luz ao ocupar o imenso espaço
Expressa esta emoção e sei que trilho
Ousando muito além e compartilho,
Cerzindo meu momento num abraço.
Durante muitos anos, solitária
Agora após a noite procelária
Eu vejo o raro e nobre amanhecer,
Nos veios de meu Pai, a Natureza
O mundo se moldando em tal beleza,
Gerando a cada instante o bem querer.
PB
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Gerando a cada instante o bem querer
Pudesse ser a vida sempre assim,
Porém nesta aridez feita em jardim,
O mundo na verdade a se perder,
O quanto poderia conceber
E nada me trazendo a paz enfim,
Mortalha da esperança viva em mim
Aonde quis apenas o prazer.
Já nada mais carrego dentro da alma
Nem mesmo esta ilusão tomando acalma
Quem tanto se entregara além do amor,
E a vida sem sentido nem razão,
Os dias mais doridos me trarão
Cenário dolorido em vã, gris cor.
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Cenário dolorido em vã, gris cor.
A vida muitas vezes nos maltrata,
Mas quando noutro olhar a sorte é grata
Ousando neste encanto com louvor,
Abrindo o coração ao redentor,
A vida num instante se resgata
E o todo que me envolve e me arrebata
Traduz o verdadeiro e raro Amor.
Não tema o que virá, somente veja
O quanto recebeste da sobeja
E rara divindade feita em luz,
Destarte ao prosseguir contra as marés
Terás toda a noção de quem tu és
Levando com brandura a tua cruz.
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Levando com brandura a tua cruz?
Já não suporto mais sequer um passo,
E o todo desenhado em rude traço
Expressa este caminho onde eu me pus.
Vagando sem destino, faço jus
Ao nada que carrego em ermo laço,
O todo se perdendo em vago espaço,
Negando uma esperança que compus.
Apenas me restando o fim do jogo,
Não vejo mais razão para este rogo
E o tanto que pudera se perdeu,
Meu mundo sem sentido e sem proveito,
Na imensa solidão quando me deito
O velho coração, atroz e ateu.
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O velho coração, atroz e ateu
Precisa renovar-se, sabes disso,
O mundo tantas vezes movediço
Entre as estrelas/brumas se perdeu.
O amor que a vida trouxe e concebeu
Refaz a cada instante o belo viço,
E tendo toda a luz que ora cobiço
Meu canto uma esperança conheceu.
Atinge este apogeu em Cristo Rei
E sei do quanto possa e mergulhei
Nas furnas da esperança feita em vida.
A luta não termina, e continua
Ousando na alegria, bebo a lua
Minha alma se renova e a dor olvida.
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Minha alma se renova e a dor olvida,
Porém noutro momento a queda traça
O quanto poderia e sempre passa
Deixando para trás em despedida
A sorte o tempo rói e dilapida,
A lua se perdendo na fumaça
Aonde poderia ver em graça
Apenas a incerteza toma a vida.
A morte talvez seja a solução,
Os erros que carrego, um mundo em vão,
Meu tempo se esgotando a cada instante
Do todo que sonhei apenas resta
A imagem dolorida e mais funesta
Da luta sem porvir e degradante.
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Da luta sem porvir e degradante
Sinais abandonados, sem sentido,
O quanto a cada passo mais lapido
Um novo amanhecer raro garante,
O tanto quanto eu quis num novo instante
Amanhecendo em paz, e não duvido
Até no coração empedernido
Promessa de outro tempo deslumbrante.
Perdão renova sempre este caminho
E quando amor se mostra e ali me aninho
A liberdade ronda o pensamento,
Amigo; não se deixe mais levar
E beba a maravilha do luar
Expondo-se ao suave e manso vento.
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Expondo-se ao suave e manso vento,
Durante a juventude fui feliz,
Mas quando o meu cabelo, agora gris
Marcando com a dor e o sofrimento
Trazendo outro caminho, ainda tento,
Mas sei que na verdade, o quanto eu quis
Perdendo pela estrada em tal matiz
Traduz somente o medo e alheamento,
Pudesse renovar minha esperança
Minha carcaça pútrida se lança
E gera tão somente este fastio,
O tempo ultrapassando o quanto quero
E sei deste cenário duro e fero
Enquanto cada sonho, eu desafio.
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Enquanto cada sonho, eu desafio
Trazendo neste olhar um novo dia,
A sorte de viver renovaria
Deixando o sofrimento por um fio,
Acendo deste amor o seu pavio
E bebo com ternura a fantasia
Tocada pelas mãos de uma alegria
Seguindo em mansidão o imenso rio,
Embora saiba bem das corredeiras
As horas mais sublimes costumeiras
Transbordam a emoção neste caminho,
Quem tem amor de Cristo no seu peito,
Mesmo que o rio fuja do seu leito
Encontra enfim a rosa e esquece o espinho.
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Encontra enfim a rosa e esquece o espinho
Quem cuida do jardim com mais cuidado,
Meu tempo há tanto fora degradado
E o quanto me restara é mais daninho,
Do fim já me aproximo e me avizinho,
O todo noutro rumo desenhado,
Apenas vejo inútil qualquer brado,
O amor se faz ausente e até mesquinho.
Mas te agradeço amiga, cada verso,
E quando em teu olhar este universo
Trazendo constelar sonho eu sinto
Que tudo o quanto vira outrora extinto
Ainda pode ao menos em teus passos
Traçar com magnitude novos traços.
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Traçar com magnitude novos traços
Independendo até do que se passaste,
A vida não renega e traz nesta haste
Mesmo que os dias sejam lassos,
Os erros costumeiros, os cansaços
A luta contra o vil e vão desgaste,
Não sei se na verdade tu notaste
O amor presume e trama em novos laços,
Abrindo o peito ao vento que virá
O sonho se permite e desde já
Renova-se esperança a cada instante,
A vida traz a dor e o lenitivo,
Destarte em alegria luto e vivo,
Sabendo de outro dia, radiante.
PB
Muito obrigada Marcos Loures por sua participação
PAULA MICROFISIO BRAGANÇA