Rio Araguaia

Veias serpenteiam o planalto
Sangue incolor ainda verte pacificamente,
Rompendo barreiras, tentando sobreviver.
 
Antes inóspito, bravio, fluía insolente,
Sem as mãos do homem a lhe ferir,
Jazia sob o seu leito riquezas em diamantes.
 
Seus descendentes, (Araguaias), guerreiros valentes,
Indígenas dizimados pela ganância e pelo poder,
Povo quase entinto subjugado pelos criadores de gado.
 
Suas margens devastadas, o seu leito assoreado,
Suas praias invadidas por turistas mal informados,
Lanchas, aviões e banhistas ignoram sua fragilidade.
 
E a mídia faz propaganda escondendo a verdade,
O Rio vira (Set de gravações) um palco de horrores.
O Araguaia na novela é tratado como uma celebridade,
Mas na realidade suas feridas sangram nos bastidores.