QUANTO VALE A LIBERDADE?

Pudesse eu ter, eu queria
Um lugar só meu para sonhar
E a responsabilidade de um vagabundo
Que nada tendo vai por aí!
Uma marquise por teto,
Um tijolo por travesseiro e jornal por cobertor.
Comer migalhas da vida 
Matar a sede com água da chuva,
Mas livre, dono de mim mesmo
E senhor da minha voz.
Queria me ver sem medo diante do mundo
E desnudo não sentir vergonha da nudez.
Não estar preso a conceito e preconceito,
Renegando àquilo que não quero
E me regalando com o que é do meu gosto.
Ah! Quanto vale a liberdade?
O passo de um liberto vale mais que ouro,
Cada gesto seu é um grito de liberdade
Que ecoa pelo mundo que não é de ninguém
Porque todos nós só estamos aqui de passagem.