Quando me descubro errado
Por querer ser acertado
Por ainda ser antiquado
Por demais ter respeitado
Quando me sinto estranho
Por não ter avaliado
Sentimento e tamanho
As perdas e ganhos
Quando o engano é certo
Quando o caminho é deserto
Quando não sou nada esperto
Aí é que às vezes desperto.
Uso as palavras bem:
Emprego-as como ninguém
Conserto o que fiz errado
Pego o que foi quebrado
Derreto, na forja do eu
Do caldo que se escorreu
Forjo um novo começo
Um monumento ao tropeço:
Uma estátua de sentimento
Erguida em honra a você
Feita daquele momento
Onde eu não quis te perder
E a coisa nova aparece:
A vontade de ser como sou
Um cara que agora cresce
Com cada passo que errou.