Três e meia da manhã,
como em outras tantas,
Margarida em seu afã,
já em pé, prepara o magro café.
Também sua marmita
e a do marido.Almoço-colosso:
Arroz, feijão e ovo.
Carne? Quem sabe no salário novo.
Margarida de todos os cais
Margarida da roça
Margarida da bossa
Margarida da fossa
Margarida da troça
Margaridas nacionais.
Quatro horas e lá vai Margarida.
Uma boa caminhada, subida
até a Estação . Da vida ?
A filha ainda dorme. Tudo bem .
O café é só esquentar. O almoço
é so esquentar. Depois a vozinha
dá uma olhada na criança.
Que minha pequena não precise
fazer o que faço.
Tenho esperança.
Seis horas e Margarida, já assinou
o ponto , esmorecida. Aí começa a
varreção. Da vida? Da fábrica ? Da
Da lida ? Até as quatorze horas é
seu turno, taciturno.
À mulher da faxina, salário...
nem sempre conjumina.
Tardezinha. Volta ao lar. Doce? Se fosse...
Margarida de todos os cais
Margarida da roça
Margarida da bossa
Margarida da fossa
Margarida da troça
Margaridas nacionais
Ah ! Margarida você é forte em sua luta
Não importa na sociedade o lugar que ocupa.
Já pensou não fossem as Margaridas?
Nos bares. Nos lares . Nas mansões castelares.
Margarida! Já pensou sem você todos os lugares?
Vida....vida.....Margarida.
D!almeida