Quase todos os dias acordo cedo e cantarolando (leia-se britanicamente 5:45 horas) e com grande freqüência me recordo de imediato das cores, dos cheiros, das pessoas, diálogos, objetos e da leveza dos sonhos que acabei de ter... Entro num banho quase frio ao som de qualquer ritmo através de uma geringonça tecnológica que tenho dentro do box que toca FM, CD e até TV... (sou alucinada por tecnologia)... Saio do banho num silêncio profundo e necessário que dura até eu terminar de me vestir. É um ritual necessário dentro do silêncio de mim. Preciso deste silêncio matinal. Isso dura 15 minutos - e ai retomo a rotina para sair de casa e ouvir todos os ruídos e enfrentar o que vier pela frente. Compreendo aqui que todos nós podemos suportar as coisas difíceis do mundo e todas as graças que também temos direito. Poderá ser dia de “banquete farto” como poderá ser dia de “pão com ovo” – somos feitos para usufruir ambas as possibilidades todos os dias! Resolvi escrever sobre este momento meu, porque acredito que todos nós precisamos de minutos só pra gente, e imagino como deve ser difícil para quem não os tem. Explico melhor: eu acredito que apesar de uma série de características que revelam por que e como uma pessoa é ou se tornou, esses minutos de silêncio e reflexão FAZEM TODA UMA DIFERENÇA no comportamento de qualquer pessoa. São minutos que me equilibram, me carregam como energéticos, me dão ânimo de viver, expectativas positivas, crença superlativa no outro e em mim, amor para prosseguir, fé para me jogar, sorriso para distribuir e euforia para contemplar mais um dia de vida! Tenho dificuldade visceral para entender os melancólicos, como tenho certeza que muita gente sequer compreende ou duvida da minha legítima alegria. Muitas vezes me perguntam: viu o passarinho amarelo? E eu com ar brejeiro respondo: sim, o amarelo, o azul e o cor de rosa! Porque pra mim, a vida é repleta de cores lindas - todas as cores! E termino este texto com uma frase espetacular de Chofetz Chaim: “Com fé não há perguntas, sem fé não há respostas.”