SONETO DA CUMPLICIDADE

Bem ali, onde se ouve a voz do vento,

Nasceu um dia o nosso sentimento.

E sob aquela árvore sombreira,

Arrebatou-nos pela vida inteira!

 

Mas ninguém sabe como a vida escreve:

No nosso caso ela foi tão breve:

Você partiu ainda tão menina...

Ah, quanto a dor da perda nos ensina!

 

E hoje, sob o azul deste lugar,

Eu a pressinto nestes campos, no ar

E, sob aquela árvore sombreira,

 

Cúmplice desse humano sentimento,

Bem ali, onde se ouve a voz do vento,

Vou adorá-la pela vida inteira!