Vens assim de repente
qual vento noroeste
que tudo desarruma e desveste,
mormaço quente, passional,
precedendo temporal...
Redemoinho de efeitos
arrombando janelas,
varando por elas
como um vendaval...
Vens feito ciclone
desrespeitando espaços
desfazendo laços
varrendo ilusões...
Um festival de arroubos,
de impetuosidade rompante
nesse teu ar petulante...
És o dono da situação,
desnudas os sentimentos,
roubas os melhores momentos,
deixas marcas da paixão...
E vais assim como vens,
devastando os lugares
nublando céus
agitando mares
causando desolação...
Fruto da adversidade,
senhor da insensibilidade,
devorador de emoções.
_Carmen Lúcia-