Tão suave passa o vento que abraça
Timidamente as folhas e afagam
E murmúrio no estrepitar realça
Um canto nostálgico, sonata;
Languidez na penumbra, todo frescor
Caminha na bruma final a tecer
Vestes sépia folhas, flores dissabor
Nas calçadas decadência se vê
Beleza transitória agora fenece
Convalescem os dias em tardes gris
Apressa o tempo,no palco da vida
E a natureza mais cedo adormece;
Desfila a miragem a encantar
A lírica estação aguça o pensar
N’alma, estrada livre é abandono;
Matiza terna melancolia... Outono.