Eu preciso me deixar qualquer dia
Sem domínio de instinto e natureza,
Pois o viver em minha alma retesa,
Na minha face existência vazia.
Assim sacio uma vontade tardia,
Sem haveres, ofícios e certezas,
E indenizo o desatino, surpresas,
Desvelo, caprichos à revelia.
Muitas vezes quero menos de mim,
Por cansaço, desse enfado por conta,
De viver menos a esperar sinais.
E minha incúria dedicou-me um fim:
Que eu implore um auspício que desponta,
Antes que a esperança não atenda mais.