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Numa varanda,
dum décimo andar,
sobre o mar,
armei-me em pirata
e pus-me a piratear!
Meus olhos,
velas como gazelas
iam e vinha do longínquo horizonte
procurando-me belas imagens,
em pratas razantes,
em inesgotáveisl fontes de espumantes!
Com o meu olhar
roubei azuis borbolhantes
sobre ondas meninas,
traquinas,
e deixei-os serenos,
sobre água a adejar a praia
e beijarem a orla de fina
e de espumosa cambraia.
Esperei,
pacientemente,
que o Sol aparecesse,
para se deitar sobre o horizonte,
então, fiz a inevitável abordagem
e roubei seu brilho
para o oferecer ao meu amor!
Agora, toda a gente,
diz que meu amor,
a meu lado,
tem um olhar mais quente!
o Sol, esse,
quando me vê de mim foge,
ciumento!
Que me importa?
Seu brilho
no olhar do meu amor
fica mais tempo!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar